Para muitas crianças, o momento pode ser semelhante a ir para a escola pela primeira vez. Converse, fique de olho e não cobre demais.
Após 1 ano e meio de pandemia, as escolas voltam a receber 100% dos alunos todos os dias da semana. Os estudantes serão obrigados a comparecer presencialmente – com exceções para alguns grupos de risco.
Mas após tanto tempo em casa, é preciso preparar as crianças para o convívio social e dar a devida atenção para o período de readaptação.
Este momento pode ser similar a primeira vez que a criança vai para a escola.
Quando a criança é levada para a escolinha nos primeiros anos do ensino infantil, os pais vão junto. Isso é importante para que elas saibam que este é um momento de adaptação e se sintam mais seguras.
Mesmo vivendo em isolamento muitas pessoas acabaram se contaminando e isso pode gerar um medo nas crianças. Por isso, é importante dar atenção e avaliar como a criança vai reagir neste momento de contato social.
A seguir, 3 dicas para você deixar mais leve o momento da volta às aulas presenciais:
Converse
Para começar, você precisa pensar no que esse momento representa para as crianças. Entender quais desafios elas vão enfrentar e oferecer suporte, principalmente, escutando o que elas têm a dizer sobre a volta às aulas presenciais.
É preciso refletir com a criança sobre a importância do estudo e da educação, falar da importância dos bons modos, do respeito e dos cuidados na escola.
Por isso, a conversa é o mais importante, assim como ouvir o que a criança diz e também o que ela não diz.
Isso vai mostrar que você se importa e, se for um momento de dificuldade para ela, demonstra também que ela não está passando por isso sozinha.
Pergunte, por exemplo:
- O que você pensa sobre voltar à escola?
- Como que você acha que vai ser?
- Quais amigos ou quem você quer reencontrar?
- Quem você não gostaria de reencontrar?
- Do que você tem medo?
- Você acha que vai conseguir prestar atenção em uma aula presencial?
As respostas a essas perguntas podem sinalizar o que a criança espera deste momento e como ela pode reagir em situações que podem acontecer na escola.
Mas o ideal é que as conversas devem continuar após algumas semanas do retorno às aulas.
Pergunte ao seu filho como estão as aulas, se ele já reencontrou os amigos, se sente falta do ensino híbrido ou remoto. E se a criança falar que não quer ir para a escola ou que não está se sentindo bem, escute.
Observe
Para adolescentes a partir dos 12 anos, conversar e ouvir não deixa de ser fundamental, mas é preciso dar ainda mais atenção ao que eles não falam, mas expressam de outra forma, como:
- Ansiedade
- Falta de atenção
- Falta de interesse ou de vontade de ir à escola
- Ataques de pânico
- Timidez demasiada
- Agressividade
- Agitação demasiada
- Irritação
- Choro
Estes são sinais de que a readaptação pode não ser tão fácil para alguns, e, caso sejam situações recorrentes, é importante procurar um especialista.
Identifique se o que causa essa mudança de comportamento é fruto de uma dificuldade de comportamento, dificuldade de compreensão ou de relacionamento.
E compare o comportamento atual da criança ou adolescente com o anterior, entenda como ela é em outras situações e se o comportamento dela na escola é diferente de como se comportava antes da pandemia.
Não exagere nas cobranças
A escola é um ambiente de cobranças e isso pode causar muito estresse nas crianças que estarão se readaptando.
É natural que após este momento, elas tenham comportamentos e reações diferentes, mas é preciso que tenham tempo de se adaptar. Vá com calma nas cobranças, isso mostrará para seus filhos que você confia neles e sabe das dificuldades que estão enfrentando.
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